Isso se chama não entender mesmo de telhas e o que é pior, alem de não entender o marido também não entendia de bulhufas nenhuma!
Me deu uma raiva!
Que eu saiba, marido é quem entende de telha. Pelo menos na casa do meu pai ele entendia de tudo.
Mas voltemos aos fatos, porque estava com muita pressa com medo da chuva.
E foi bem assim que aconteceu.
Um calor terrível com
sensação térmica de 50°, transito intenso, o povo todo meio doido de tanto
calor e eu correndo atrás de uma telha chamada de telha paulista, volto em casa
e alguém tem que subir no telhado pra pegar a tal de telha. O pedreiro está
viajando com destino a minha casa, logo logo ele chega e eu preciso está com as
telhas.
Estou parecendo uma doida e meia, não tiro o olho do céu pra ver se vai
chover ou não, que agonia!
E voltando ao deposito e para minha surpresa, lá não tem a
bendita telha. Até que tinha uma bem parecida que custava R$ 1,29.
Exclamei aos
quatro cantos da loja. Meu Deus que telha barata, pois é dessa mesma que vou
comprar e não quero nem saber! Mas fui informada que não daria certo.
Não
desmaiei porque precisava ficar de pé. Mas o vendedor me indicou o deposito
onde eu encontraria essa raridade e lá vamos nós com aquela preciosidade
fedorenta a pó embrulhada a sete chaves primeiro em um jornal, depois em um pano,
depois em um saco, depois na sacola.
E lá vamos nós, rumo ao endereço informado. Nunca vi tanta
telha, só não existia mesmo as irmãs da raridade. Mas o vendedor foi bem
otimista: “calma que nem tudo está perdido” e nos deu outro endereço onde
encontraríamos aquela que estava me dando tanta dor de cabeça e lá chegando
também não tinha.
Até que tinha, disse ele, mas acabou e assim mesmo eram poucas. E lá
vamos nós de novo rumo ao novo endereço que nos foi fornecido e nada.
Entrei em desespero, teria que trocar toda a telha da casa.
Que absurdo, a chuva vai chegar e eu não resolvo esse problema.
Depois de rodar SP inteiro apareceu uma alma bendita que nos
informou que seria fácil encontrar no museu das telhas.
Essa é para aprender
que lidar com telha e telhado exige conhecimento. Vá mandar um faz-tudo subir
em cima da sua casa e verá o tamanho do problema que vai arrumar pra sua
cabeça, porque a primeira coisa que ele vai fazer é pisar onde não deve e
quebrar as benditas que protegem você e sua família do aguaceiro. Chegando ao museu que não é pequeno
encontramos a raridade, mas tinha também mais um detalhe, precisava trazer a
outra parte da telha senão não daria certo. Levamos somente a capa e faltava a
tal da bica.
Meu marido sofreu nesse dia, era pra tirar a telha completa e andamos por uns trinta depósitos só com a capa da telha achando que era a telha.
Meu Deus, essa foi demais! Teríamos que voltar para pegar a
bica da telha ou a telha de nome bica.
Que situação hem? Rodei quase a cidade de SP inteira por
causa de uma telha para aprender uma grande lição.
Por fim, resolvemos o problema. Agora sei que existe o museu
das telhas onde se encontram verdadeiras relíquias.
Descobri também telhas de
mais de 200 anos e fabricadas pelos escravos. Muito me chamou atenção esse fato
porque naquela época não existiam fôrmas para se fazer a telha. Elas eram
fabricadas uma a uma e moldadas na coxa. Valeu todo o meu sacrifício, a minha
mente embaralhada pelos acontecimentos dos últimos dias simplesmente viajou no
tempo. Imaginei quantas cenas aquelas telhas presenciaram e na sua composição
quanto suor daqueles que as confeccionaram.
Bom o meu drama de nome rio d'água proveniente de uma goteira
mal cuidada graças a Deus chegou ao fim, o pedreiro consertou tudo, fez a
reposição das telhas como manda o figurino e eu parei de olhar para o céu
procurando nuvens carregadas de chuvas. Agora chove e eu estou feliz da vida.
Bom dia, amiga.
ResponderExcluirQuanto se aprende com uma telha. Quanto conhecimento kkkk.
Verdade é que, realmente, devemos cuidar do bendito telhado, antes. kkkkk
Bjs
Lúcia
Olá Lucia, é verdade. Coisas que muitas vezes achamos sem importância, chega uma hora que precisamos saber como funcionam. Existem muitas pessoas que se aproveitam do fato de não conhecermos sobre o assunto e terminam nos dando um prejuizo muito grande. Essa da telha foi demais! abraços
ExcluirNão é que quando mudei o teto daqui de casa aconteceu isso! pingueira bem na caixa da lampada da sala, ai fiquei puto, mais contornei o problema e eu mesmo fiz o concerto.
ResponderExcluirValeu!
Abraço
Olá Lu! ainda bem que você entende e resolve. Quem não entende tem que sofrer para aprender. Goteira é coisa séria. E a agua que desce pode ser até contaminada e pode comprometer a saude de toda a familia. Obrigada e abraços.
ExcluirVou ler a primeira parte primeiro...
ResponderExcluirSe não, tá arriscado cair uma telha em minha cabeça. rsrsrs
Olá Beth! obrigada pela sua visita. Essa telha se cair na cabeça de um, adeus. A danada é pesada viu! não sei pra quê tanto peso numa telha. Tambem a raridade é velha. Abraços!
ExcluirCansou né?! rsrsrs
ResponderExcluirMas valeu por tudo o que descobriu.
Agora é só olhar para o céu e procurar as estrelas... rsrsrs
Eu sabia que tem cemitério de azulejo.
Gostei.
Quero ver a telha, decorada.
Beijo.
Foi uma experiência e tanto, valeu a pena agora ninguem me engana quando se trata de telha e telhado. Quanto a telha, faço questão de colocar no blog. Adoro essas reliquias cheias de histórias. Um grande abraço!
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