E nessa de jogadora de jogo do
bicho tenho histórias pra contar porque mais ganhava do que perdia, jogava todo
dia escondido do meu pai que odiava jogo.
O jogo era assim, era uma roleta
com todos os bichos de 1 a 25 e os vendedores eram espalhados pela cidade e
justamente no armazém do Sr. Vicente em frente à minha casa existia um vendedor
que se chamava cambista.
E eu inocentemente virei mascote
do jogo do bicho porque todo mundo queria saber de mim que bicho que ia dar.
Pois não é que as pessoas iam até
a minha casa pra me perguntar que bicho vai dar hoje? Tem algum palpite?
Mas esta história não durou muito
tempo não, porque meu pai tinha o controle de tudo. E foi num desses dias que
chegou uma comadre na oficina do meu pai para dizer que eu era uma menina de
ouro porque através de mim ela já tinha ganho umas 10 vezes no jogo do bicho e
que eu quando crescesse ia ser uma macumbeira e das boas!
E ao ouvir tal afronta meu pai
deu um pulo da altura da casa, e disse:
O que?
Que história é essa?
Filha minha não nasceu pra ser jogadora e nem macumbeira!
E depois de ouvir todo o relato
do correio da má noticia, saiu fumaçando pra casa, que era bem do lado, pra
saber da minha mãe os fundamentos desta história.
Só sei dizer que os cambistas não
faziam mais jogo pra mim e diziam bem assim: seu pai proibiu vender jogo para
você e depois perguntavam:
Você está com algum palpite? E eu
respondia: tô sim, mas não digo e qualquer pessoa que me perguntasse era assim
que eu respondia: vá lá perguntar pra meu pai.
E só de raiva acrescentava: sei
qual é o bicho que vai dar hoje, amanhã e depois, mas não digo!
Claro que era invenção minha,
pois eu não sabia de nada, acertava as vezes por coincidência, depois acabou o
jogo.
Comprei muita coisa, linhas,
enfeites, botão, rendas, para montar meu bazar de roupas de bonecas. E tem
muito mais! Ah se tem!
Maria de Lourdes
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