Não sei quem é o autor dessa história, eu a ouvi no circo quando criança, e lembro até hoje e estou postando ao meu modo, mas o desenrolar do acontecido foi esse.
Dois amigos nascidos e criados lá
pras bandas dos cafundós, tiveram a santa missão de serem alimentados
unicamente com feijão.
Não conheciam as saborosas iguarias que adornam os pratos nas mesas desse mundão afora.
Não conheciam as saborosas iguarias que adornam os pratos nas mesas desse mundão afora.
Então os dois, num cochichado
danado de pé de orelha resolveram sair sem destino a procura de
outras comidas que não fosse o feijão.
Pois sim. Chegando em uma bela
cidade procuraram imediatamente o mais belo restaurante que existia e logo se
acomodaram para serem servidos.
E logo chegou o garçom, impecavelmente vestido, com o cardápio na mão para que aqueles ávidos conhecedores da culinária mundial enchessem o bucho.
E logo chegou o garçom, impecavelmente vestido, com o cardápio na mão para que aqueles ávidos conhecedores da culinária mundial enchessem o bucho.
Mas, existia um problema. Nossos
amigos não sabiam lê. E agora?
Restava apelar para o palpite da
sorte. E assim decidiram:
-Cumpade, qual o seu número da
sorte? O outro respondeu: o meu é 5
Então se o seu é 5 e o meu é 9
Vamos contar nos dedos. Cinco
dedos de uma mão mais os dedos dos pés, tirando um dedo mindim fica 14
Vamos então contar nessa lista
toda qual é a comida que vamos comer.
E minuciosamente contaram até
chegar no prato que seria a desforra de nunca mais na vida comer feijão.
Eu não sei dizer a razão e nem o porquê.
Sei somente que em instantes lá vem o garçom com uma bela de uma bandeja
adornada de feijoada, quente e fervendo que de longe se via a fumaça.
Calados e de olhos arregalados e
a barriga roncando de fome comeram tudo, afinal aquela feijoada era pra ninguém
colocar defeito.
Bem ao lado da mesa haviam outros
clientes, cada um saboreando as mais gostosas comidas. Podiam até não ser muito
saborosas, mas que enchiam os olhos, isso eu garanto que sim.
Nossos amigos decidiram não sair dali
sem provar daquela raridade e dessa vez não apelariam pra sorte não, porque foi
tudo muito fácil. Os comensais chamaram o garçom e simplesmente pronunciaram o
nome daquele banquete.
BIS!
E em alguns minutos estava posta
a mesa com aquela paisagem, de dar agua na boca e molhar os beiço!
E foi assim que sucedeu:
Numa euforia de causar inveja a
qualquer criança quando quer um sorvete chamaram o garçom e pediram BIS.
E dentro de alguns minutos, adivinhem
quem estava pegando fogo nas lindas cumbucas, fumegando na bandeja de prata? A
NOSSA CONHECIDA FEIJOADA.
Aí foi demais! Uma feijoada até
que dava pra encarar, porem duas no mesmo dia a solução era sair e buscar
outras paragens, no tô fora!
E resolvidos que estavam em comer
outras iguarias diferentes, e que o feijão não se atrevesse em dar as caras
embutidos em cumbucas não, porque se fosse pra comer feijão, eles sabiam onde:
EM CASA.
E saíram de estrada a fora quando
viram uma festa. Eram comes e bebes de não acabar mais. A fartura ali corria
solta, sem falar no cheiro das comidas que entravam de nariz a dentro deixando
o estomago enfezado, com ares de querer sair pela boca ou pelo umbigo.
Ô compadre! Dessa vez nois come! Disseram:
E foram entrando de festa a
dentro meio que encabulados, não vamos esquecer que nossos amigos eram tímidos.
Se achegaram, assim como quem
quer e não quer nada e esperaram a vez de pegar também um belo prato de comida.
De repente, todo mundo para. Era
hora de ver os noivos dançarem a música do casamento por se tratar ali de uma
festa de enlace matrimonial.
Dançaram e dançaram.
E até que enfim terminaram a
dança disse o compadre ao outro.
Mas alguém, que não sabemos quem
até hoje, teve a infeliz ideia de gritar no meio do povo:
EU QUERO BIS
E nisso, os dois compadres,
olharam um pro outro, colocaram o chapéu na cabeça, arregaçaram as calças e
gritaram!
SIMBORA CUMPADE! SEBO NAS
CANELAS QUE LÁ VEM FEIJÃO!
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